quarta-feira, 12 de novembro de 2008

DISCUTIR A CRISE MUNDIAL.


O governador Roberto Requião disse nesta terça-feira (11) que deverá ser em dezembro o seminário internacional que o Estado promoverá para discutir a crise do sistema financeiro. “A idéia é trazermos as melhores cabeças do mundo para uma discussão que indique um caminho para sairmos da crise”, falou, na abertura da reunião semanal da Escola de Governo.

O Governo do Paraná, a Copel, a Sanepar e a ParanaPrevidência devem patrocinar e organizar o evento, anunciado no último domingo (9) por Requião a partir de sugestão dos economistas Carlos Lessa, ex-presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e ex-reitor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e Darc Costa, ex-vice presidente do BNDES.

“O que os arautos do neoliberalismo querem é simplesmente resolver o problema do capital financeiro. No Brasil, vemos um privilégio muito claro aos exportadores, às commodities, que foram internacionalizadas, às trades internacionais”, disse o governador. Ele criticou a condução da política econômica pelo Banco Central. “O BC está jogando dinheiro no mercado sem que haja uma preocupação concreta com a mudança no modelo econômico, com investimentos públicos.”

Nossa preocupação é analisar a crise sob a perspectiva das pessoas, da nação, e não sob a perspectiva do mercado, porque os arautos do mercado resolveram agora ser os médicos que vão apresentar a solução para aquilo que eles mesmos causaram, com a sua incorreta condução da política econômica”, explicou o governador. “Queremos uma sugestão concreta e viável para uma mudança definitiva, já que o deus mercado provou-se absolutamente ineficaz, criando uma crise de proporções enormes”, argumentou o governador.

“A idéia do seminário surgiu porque vemos hoje a crise sendo analisada pelos arautos do neoliberalismo, pelas pessoas cuja maneira de entender a economia provocou a crise. Mas eles querem aviar os remédios para o problema, querem uma solução lampedusiana, gattopardiana, querem mudar tudo para que tudo fique exatamente como está”, criticou Requião, citando o escritor siciliano Giuseppe Tomasi di Lampedusa, autor do clássico "O Leopardo" (Il Gattopardo).

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